sexta-feira, 17 de março de 2017

Pela Magia de Acreditar - 5ª Parte




De tão perdido que estava nos seus pensamentos, nem dera por Haran chegar.
- Hehehe, rapaz. A dormir acordado? David que não esperara vindo de haran um cumprimento tão descontraído, primeiramente olhou-o um tanto incrédulo, e só depois sorriu para o homem postado à sua frente.
- Haran! Oh, não dormia, apenas pensava nos que deixei lá, no mundo dos humanos comuns.
- Eu sei, rapaz. Mas verás que tudo acontecerá muito rapidamente, e não tarda, voltas a casa.
- Sim… Eu sei. O avô disse-me o mesmo.
- Então anda. Vamos até Naiara. Em breve começa a tua missão.
David seguira ao lado de Haran até ao templo. Quando la chegou esperava-o uma refeição quente e deliciosa que lhe haviam preparado, e uns aposentos simples, mas muito acolhedores. Depois de arrumar os poucos pertences que trouxera consigo, trocou a roupa por um pijama que lhe haviam deixado sobre a cama, apagou a luz e rapidamente adormeceu. Fora num entanto uma noite repleta de sonhos. Imagens sucessivas formavam um filme na sua mente. Coisas que o fizeram acordar e adormecer por diversas vezes. Imagens que não esqueceria, provavelmente. E sons tão familiares como o ladrar e uivar de Lyra, seguido de um bater de asas como nunca ouvira e o planar de um belo pássaro como só se lembrara de ver em livros fabulosos que lera. Era um belo pássaro enorme, com um olhar tão penetrante e tão reservado e meigo, aleado a uma sabedoria e maturidade como nunca pensara que pudesse vir a compreender em algo ou alguém, e muito menos numa criatura assim, tão incrível e tão estranha. Pousara ao seu lado, no meio de uma clareira, numa floresta que lhe era totalmente desconhecida. Imagens que não esqueceria. Imagens que ao acordar lembraria e talvez pudesse partilhar com alguém – com o avô, ou Haran.

Na manhã seguinte, como lhe haviam dito durante o jantar, começaria a jornada. Teria de viajar até ao outro lado da ilha, onde existia Talan -  um templo menor, muito menos cuidado e longe de ser tão bonito como este templo ao qual pertencia. Era lá que estava, segundo o que lhe haviam dito, uns tantos pisos a baixo do chão, a serpente que guardava afincadamente o sabre do seu avô.
Haran, que fora, desde que David chegara a Karamin quem o acompanhara, viera então por volta das 7 da manhã, como haviam marcado, ao seu encontro. Ficou espantado ao ver o jovem ninja acordado, sentado na cama com um olhar desperto. Haran, ao vê-lo assim mostrara logo o seu bom humor que David nunca vira das vezes que estivera com ele. Porém contrariamente ao que muitos humanos comuns julgavam, ninjas também tinham sentido de humor.
- Bom dia, rapaz! Pronto para te pores a andar? Hummm, com essa cara, não me pareces pronto para nada! Engoliste algum sapo? Ou dormiste de rabo destapado?
- Bom dia, Haran. Não é isso.
- Não é isso? Então é o quê? Salta dessa cama e veste-te, enquanto me contas o que se passa contigo. Só espero que não estejas com medo.
Enquanto falava com o jovem ninja, haran abria uma porta de um armário embutido na parede, onde estava guardado aquele que seria o uniforme de David.
- Vamos la, jovem Kiroan, toca de vestir o uniforme, que o mundo la fora, espera por ti.
Enquanto se vestia, David contava a Haran o seu sonho.
- Não sei que te dizer, rapaz, se o teu sonho tem significado, quando chegar a hora certa, tu vais saber… O pássaro a ser como me descreves, sim, é uma fénix, sem a menor dúvida, tal como a fénix que está entre os nossos símbolos. Mas, não sei de onde virá essa fénix, nem sei se existe, ao certo. Nós ninjas, acreditamos nela. Porém, e segundo a lenda, a fénix surge aos ninjas, quando estes correm perigo de se ferirem gravemente, morrerem, ou quando o seu coração está em grande sofrimento…
Quando ficou pronto, David nem parecia o mesmo. Vestido quase todo de preto, com apenas os punhos e as golas tanto da camisola, como da capa, de um verde ceco, onde se podiam ver, bordadas com finos fios de oro, três trevos de três folhas cada, e no lado esquerdo das golas da camisola e da capa, com o mesmo fio de oro, o seu nome bordado: Kiroan.
O cinto continha apenas uma pequena medalha onde se podiam ver as figuras que constavam na capa do livro do avô de David: uma bússola, uma espada e uma fénix.
- Haran?
- Sim, rapaz?
- Estou pronto?
- Sim, estás.
- Mas, Haran, e o meu sabre? A minha espada? A armadura que era suposto ter?
Harã, nada desprevenido com relação às perguntas do jovem ninja, sorriu-lhe atenciosamente e colocando-lhe a mão sobre o ombro, para lhe dar um leve empurrão na direção da porta, disse:
- Confia na tua capa. Não a julgues tão superficial. Acredita em ti. A maior arma que podes ter és tu e a tua força interior, filho.
David não sabia se podia confiar, mas tinha de o fazer. Ninjas sabiam sempre o que fazer. Ninjas eram seres dotados para fazer o bem, vencer batalhas e guerras, promovendo a paz, salvando-se a si e aos outros. Ninjas agiam com o coração mas sempre com a razão nos seus atos, e eram criaturas dotadas de perseverança, coragem, e uma capacidade de manter a cabeça fria, sempre a favor daquilo que acreditavam e ou defendiam. Ninjas que assim não o fossem, seriam ninjas, como os que mantinham o sabre de luz guardado, e promoviam a desunião dos ninjas, e dos humanos relativamente aos ninjas.

(…)

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